Preocupada com o início de um novo ciclo produtivo, a Fetaesc alerta agricultores e agricultoras familiares de Santa Catarina que a meteorologia prevê 70% de chances de o El Niño ocorrer entre o fim deste ano e início de 2019, trazendo mais chuva para o Sul do país.
Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, que afeta a circulação da atmosfera em várias regiões do planeta, o fenômeno El Niño ocorre quando as águas estão acima da média por meses seguidos.
O vice-presidente da Fetaesc, Adriano da Cunha, ressalta que o planejamento das produções agrícolas depende também do clima. “As produções não dependem apenas de crédito e preparo do solo, as condições climáticas são de extrema importância para o setor produtivo”, explica Adriano da Cunha.
Além do preparo da terra, da escolha da semente e do período adequado, também é preciso observar as questões climáticas para que a produção tenha bons resultados e, consequentemente, bons lucros aos produtores.
Segundo o doutor em agrometeorologia da UFSC, Rosandro Boligon Minuzzi, os modelos numéricos indicam uma probabilidade de cerca de 70% que na próxima primavera pode ocorrer El Niño. “No Sul do Brasil a chegada do fenômeno é bem vista porque tende a resultar em chuvas acima de média, minimizando as chances de estiagem”, assinala Rosandro.
O doutor em agrometeorologia destaca ainda que depende do tipo e da intensidade do fenômeno para que ele seja registrado. “O El Niño convencional é o mais intenso, o que facilita na identificação, e o El Niño Modoki é sempre moderado ou com fraca intensidade”, complementa.
A La Niña, menina em espanhol, é o fenômeno oposto, que ocorre devido ao resfriamento e as águas ficam abaixo da média. Ao contrário do El Niño, a La Niña consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental.
A parceria da Fetaesc e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) visa alertar os produtores catarinenses para que haja planejamento e prevenção de acordo com as exigências e demanda de cada produtividade.
Assista à entrevista e conheça mais sobre os fenômenos El Niño e La Niña:
Matéria: Viviana Ramos/Fetaesc