O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) teve o maior corte de verba dentro do Orçamento da União de 2021. A destinação inicial, de R$ 3,85 bilhões, caiu para R$ 2,5 bilhões, após um corte de R$ 1,3 bilhão (35%). Os produtores rurais lutam para reverter os cortes que devem ser sancionados pelo presidente Jair Bolsonaro até quinta-feira, 22.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), José Walter Dresch, revela a indignação e se mostra extremamente preocupado com a falta de valorização de um setor que é responsável por 70% dos alimentos que vão à mesa dos brasileiros.

“A Agricultura Familiar precisa de investimentos e não de cortes. Os repasses para o Pronaf já são insuficientes, mas agora está se tornando um caos, uma falta de respeito e consideração com todos os agricultores brasileiros. O trabalhador rural sente os impactos econômicos de forma imediata, pois a agricultura familiar não tem a mesma estrutura financeira de uma agroindústria ou de empresas de exportações que podem contar com um capital de giro, por exemplo, para superar quaisquer adversidades”, explica Dresch.

BUSCA DE APOIO

As lideranças do setor e do movimento sindical dos trabalhadores rurais buscam sensibilizar a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para que intervenha em favor dos produtores que fazem parte da agricultura familiar. Durante as reuniões, a ministra teria tranquilizado os produtores ao afirmar que não faltarão recursos para a agricultura familiar.

PLANO SAFRA

No relatório final aprovado em março pelo Congresso Nacional, a destinação orçamentária para o Plano Safra, inicialmente prevista em R$ 10,3 bilhões, sofreu um corte de 26% e caiu para R$ 7,55 bilhões.

PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS

Além de retirar recursos do Pronaf, o Governo tem negligenciado também o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Diante da previsão de apenas R$ 101 milhões para o PAA em 2021, movimentos sindicais e parlamentares pressionam para que o orçamento chegue a R$ 1 bilhão. O valor já havia sido solicitado para 2020, mas apenas R$ 500 milhões foram destinados ao programa, e R$ 240 milhões sequer foram executados.