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“Juventude que ousa lutar constrói o poder popular!” Foi com esse espírito aguerrido e combativo que a juventude rural brasileira realizou nos dias 01 e 02 de dezembro de 2020, em caráter virtual, a 4ª Plenária Nacional da Juventude Rural, com a participação de mais de 200 jovens de todos os estados brasileiros.
A programação foi bem dinâmica e diversa com exposições, debates, votações e momentos culturais, sendo protagonizada pelos e pelas jovens e com a participação de dirigentes e assessorias da CONTAG, das Federações e Sindicatos, bem como de outros convidados e convidadas.
Entre as principais questões colocadas pela juventude participante, tanto nos momentos de debate quanto no chat na Plataforma Zoom, está a necessidade de incluir jovens na estrutura sindical, dando a eles apoio e condições de trabalho para realizar a luta pela sucessão rural. A aproximação da base, para lidar com os temas e questões mais desafiadoras da realidade cotidiana também foi outra forte demanda dos(as) jovens delegados e delegadas da 4ª Plenária Nacional da Juventude Rural.
Na abertura política, a secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon, reforçou que a 4ª Plenária Nacional da Juventude Rural é o espaço para os(as) jovens exporem e debaterem os seus anseios e também se prepararem para o 13º Congresso Nacional da CONTAG, a ser realizado de 6 a 8 de abril de 2021, também em formato virtual. “Temos certeza de que sairemos desses dois dias mais fortalecidos(as) e com muita vontade”, acredita Mônica.
O presidente da CONTAG, Aristides Santos, também fez uma fala bastante motivadora, principalmente quanto à importância de se investir na organização da juventude rural no movimento sindical. “É preciso investir, cada vez mais, na organização da juventude rural. Juventude, a hora é agora de fortalecermos essa participação da juventude no 13º Congresso e na chapa da nova Diretoria da CONTAG”, destacou.
A abertura política também contou com saudações da secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, do presidente da CONTAR, Gabriel Santos, da secretária de Jovens da CTB, Luiza Bezerra, da secretária de Jovens da CUT, Cristiana Paiva, e secretária de Jovens da FETAESC, Aline Maier, que deixou uma mensagem em nome de toda a Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNJTTR).
Dia 01
Logo após a abertura política foi realizado o Painel 1 – Atuais desafios e importância da Juventude Rural para a Agricultura Familiar, tendo como expositores a ex-assessora de Juventude do extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Luiza Dulci, e do integrante da coordenação do Coletivo de Juventude do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Matheus Quevedo, sob a coordenação de Milena Camelo, secretária de Jovens da FETRAECE, e Francisco de Assis Oliveira Aguiar, secretário de Jovens da FETAG-PI.
Esse painel teve o objetivo de destacar o papel importante da juventude para a Agricultura Familiar, trazendo números e desafios enfrentados para a permanência no campo e a sucessão rural, com a pandemia, o governo Bolsonaro e a extinção do Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural.
Luiza Dulci destacou em sua fala alguns números do Censo Agropecuário 2017, principalmente que aponta para a diminuição da participação da juventude na produção da agricultura familiar, a importância da sucessão rural e alguns retrocessos, a exemplo da extinção do Plano Nacional de Sucessão Rural. “A sucessão rural não é só importante para os(as) jovens, mas é uma necessidade para o País e é um direito. Afinal, temos o direito de viver a juventude, de ser jovem e de fazer parte de uma comunidade”, destacou.
Já Matheus Quevedo começou a sua participação com um Cordel da Juventude Camponesa e falou de várias bandeiras defendidas pelos e pelas jovens rurais, como a agroecologia, combate ao uso dos agrotóxicos, acesso à internet, educação, arte, cultura e lazer. “Agora, na pandemia, fizemos uma luta forte para inserir algumas questões direcionadas à juventude rural no texto do PL 735/2020 - que visa garantir medidas emergenciais para a agricultura familiar de enfrentamento à pandemia de Covid-19 – que não estavam tão nítidas no texto, visando a permanência da juventude no campo e produzindo alimentos”, explicou.
Dia 02
O Painel 2 – Importância da Juventude Rural para o MSTTR, realizado no segundo dia Plenária, sob a coordenação da secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues, e do secretário geral e de Jovens da FETAEP, Alexandre Leal. Este painel contou com as exposições da secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon, da presidenta da FETAPE, Cícera Nunes, e do presidente da FETAES, Julio Cezar Mendel.
Mônica Bufon fez um resgate histórico da organização da juventude no MSTTR e também reforçou a importância de fortalecer a participação dos e das jovens nos Sindicatos, Federações e CONTAG. “Antes mesmo da criação da CONTAG já tínhamos jovens participando das lutas do campo. Somente na década de 90 que começou a ser potencializada a sua organização específica e, nos anos 2000, foi criada a Coordenação Nacional da Juventude, que depois tornou-se a Secretaria Nacional de Jovens”, explicou. “Se não trabalharmos o fortalecimento da organização da juventude, como será o futuro do MSTTR?” questionou a secretária de Jovens da CONTAG.
Cícera Nunes e Julio Mendel, que contribuíram com a criação da Coordenação Nacional de Juventude na CONTAG, sendo os primeiros a assumirem a missão de coordenar nas Federações a juventude rural nos seus respectivos estados – Pernambuco e Espírito Santos, fizeram um resgate sobre o início desse trabalho e dos desafios enfrentados.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Contag