Foto: Arquivo Pessoal
Em uma família de cinco irmãos, Igor da Silva é o caçula e, desde criança, já ajudava os irmãos mais velhos e o pai na agricultura. O jovem agricultor parou de trabalhar com a família aos 18 anos e foi atuar como repositor de hortifrúti em um supermercado na cidade. Em seguida, passou a ser assistente de supervisor e teve a oportunidade de se tornar supervisor.
Igor conta que assim como aumentou o salário, aumentaram também as responsabilidades. “Comecei a cursar licenciatura em matemática e, depois de mais de três anos de empresa, percebi que eu não estava feliz. No último período do curso de matemática, pedi demissão, tranquei a faculdade e voltei para a roça”, explicou o jovem.
A família agricultora produzia tabaco, aipim e criava gado de corte. Com o passar dos anos, o pai já cansado da atividade exaustiva do tabaco, trocou a atividade pela cultura do maracujá.
O tempo foi passando e os irmãos acabaram saindo do campo para trabalhar na cidade por falta de valorização dos alimentos produzidos, área pequena para produzir e por falta de apoio para comprar mais terra. Restaram apenas o pai e a mãe no meio rural.
Segundo Igor, os pais apoiaram a decisão de retornar à propriedade, pois já não conseguiam mais tocar sozinhos e ficaram felizes, mas, ao mesmo tempo, preocupados com o futuro do filho. “Lembro bem que a maior preocupação do meu pai era se eu iria me acostumar viver sem receber um salário fixo por mês, ganhar menos, não receber férias e 13º salário”, complementou.
Atualmente, ele e o pai trabalham em Tijucas, na localidade de Terra Nova, produzindo maracujá, aipim, tangerina, milho, abobora e criando gado de corte, embora o maracujá seja a principal atividade agrícola.
“O plantio tem início em agosto, começa a produzir em dezembro e vai até o mês de junho. São mil plantas em, aproximadamente, um hectare de terra. A estimativa é de 2 mil caixas, no valor de R$ 30 a caixa, sendo que a maior parte da produção é destinada a supermercados e produção de batidas de maracujá. Porém, a cultura na propriedade vem caindo nos últimos anos por conta da necessidade de muita mão de obra, alta dos insumos e doenças, por isso precisamos abrir mais espaço para as outras culturas”, relata.
O jovem agricultor voltou para a propriedade rural há três anos e ressalta ainda que está exatamente onde queria estar: no meio rural. “Sou agricultor com muito orgulho, sou sócio e faço parte da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tijucas, Porto Belo, Bombinhas e Itapema”, finaliza Igor da Silva.
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