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Juventude Rural
Jovem na mídia: agricultores avaliam pontos positivos e negativos do meio rural
A dupla Cristian e Enedir pontuou alguns desafios de viver e trabalhar na roça, mas confessa que ainda assim é gratificante

Foto: Enedir Dalla Valle Meotti/Arquivo Pessoal

Os jovens agricultores Cristian Ravarena e Enedir Dalla Valle Meotti, de Vargeão e Faxinal dos Guedes, avaliaram os pontos positivos e negativos de viver e trabalhar no meio rural. E embora haja muitos desafios, a dupla confessa que morar no campo é muito gratificante e prazeroso, pois é possível produzir o próprio alimento, consumir fresco e, na maioria das vezes, livres de agrotóxicos.

Para ambos, a qualidade de vida e a alimentação são melhores em relação à classe assalariada da área urbana. Porém, o trabalho no campo é exaustivo. A mão de obra familiar está cada vez menor e os serviços de terceiros estão praticamente escassos. “Faz mais sentido, quando falamos da atividade leiteira, que não tem folga, são todos os dias do ano, faça chuva ou sol, feriado, sábado ou domingo. Propriedades com dois casais facilitam as atividades, além da mão de obra maior, é possível fazer um revezamento ou até uns dias de férias. No entanto, não são todas as famílias que conseguem fazer com que o jovem permaneça no interior. As dificuldades como o acesso à internet, lazer, longas jornadas e a falta de renda fazem com que os jovens busquem oportunidades nas cidades”, explica Enedir.

Muitas vezes, as pequenas propriedades ficam limitadas, não conseguem crescer, ter uma margem de lucro atrativa ou justa com os trabalhos até porque trabalho duro não significa renda. Além disso, as atividades do campo são extremamente dependentes do clima e outras variáveis, que vêm afetando os custos e a oferta de alimentos para os animais, fazendo que diminua a renda, tornando o trabalho desanimador.

Os jovens afirmam que a atividade da suinocultura de terminação é menos trabalhosa e uma grande aliada da atividade do leite, pois fornece o adubo, diminuindo custos com compra de fertilizantes. E ainda tem mais garantia alimentar, pois o produtor fornece a estrutura e a mão de obra, ficando a cargo da empresa a alimentação, medicamentos, assistência e os animais. “A criação de suínos também vem enfrentando dificuldades para aumentar a produção devido à pandemia causada pela Covid-19. Os preços de materiais e equipamentos aumentaram absurdamente, tornando muito caro o investimento”, ressalta Cristian.

Os produtores rurais concluíram que a atividade do leite, apesar dos altos custos, ainda é uma das melhores alternativas para as pequenas propriedades com áreas de declive para ter um bom retorno em um período menor e uma boa renda. “A distância da cidade dificulta um pouco, afinal nem sempre as estradas estão em boas condições. Com as poucas opções de lazer no campo, nós somos obrigados a buscar na cidade algum entretimento. Sem contar que alguns costumes, como pedir lanche e pizza, também não existem por aqui devido à distância, ninguém faz entrega no interior. Ainda assim, morar no campo é muito gratificante e prazeroso”, complementa a dupla Cristian e Enedir.

 

Assista ao vídeo e conheça um pouco mais sobre o dia a dia no meio rural: 

Publicado em: 08/11/2021 Por: Viviana Ramos
Tags: Juventude Rural, Gado de leite, suínos, suinocultura, jovens, sucessão rural.
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