Foto: Gabriel Zapella
Seguindo as orientações e a preocupação da Cidasc com pacotes de sementes recebidos da China, a Fetaesc alerta os produtores rurais e agricultores familiares de Santa Catarina para que não abram a encomenda e não utilizem as sementes, que não foram solicitadas e estão sendo enviadas a cidadãos comuns, em pequenos pacotes atrelados à compra realizada, como se fossem um brinde.
De acordo com a Cidasc, em alguns casos, até mesmo pessoas que não tenham solicitado qualquer mercadoria da China recebem as embalagens. O conteúdo desses pacotes são sementes de diferentes espécies vegetais não identificadas.
Os pacotes não vêm corretamente identificados, alguns inclusive, descrevendo o conteúdo como “joias”, mas que contêm as sementes. Além disso, as embalagens possuem ainda identificação, supostamente, com caracteres chineses.
A orientação da Cidasc é para que, caso o cidadão não tenha feito nenhuma compra, mas tenha recebido um pacote suspeito não abra, não semeie e não jogue no lixo. Leve-o até um escritório da Cidasc ou do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mais próximo para que sejam recolhidas. Também estão disponíveis para contato os telefones 0800-644-6510 e (48) 3665 7300, (WhatsApp) do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal do Estado, onde a pessoa poderá solicitar orientações adequadas.
Apesar de parecerem inofensivas, as sementes clandestinas podem estar contaminadas e disseminar pragas e doenças e, assim, causarem sérios prejuízos econômicos e danos do ponto de vista da defesa sanitária vegetal, tal como vivenciamos atualmente com a pandemia por Covid-19.
O Mapa, órgão que fiscaliza a entrada de material de multiplicação vegetal sem importação autorizada no Brasil, também já fez um alerta aos cidadãos para que tenham cuidado e não abram pacotes e encomendas que chegarem às residências, sem conhecimento.
Segundo a legislação brasileira, todo material de multiplicação vegetal é considerado semente ou muda e a importação de qualquer quantidade desses produtos deve ter autorização do Mapa, mediante solicitação do interessado pela compra.
Em Santa Catarina, a Cidasc é o órgão estadual responsável pela Defesa Sanitária Vegetal e que, por meio de um trabalho estratégico e sistemático de monitoramento, vigilância, inspeção e fiscalização da produção e do comércio de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal veiculadores de pragas, protege o patrimônio agrícola e garante a sólida condição socioeconômica do Estado de Santa Catarina.
Risco da utilização de sementes ilegais
Plantas Daninhas: introdução de alguma espécie vegetal sem ocorrência no Brasil, o que pode dificultar o controle da mesma e/ou aumentar o uso de agrotóxicos, afetando a produtividade agrícola e pecuária, além dos riscos ao ambiente.
Insetos: sementes podem ser disseminadoras de insetos praga, comprometendo a produtividade de lavouras e aumentando o custo produção.
Fungos, Bactérias e Vírus: sementes sem procedência podem vir contaminadas e tornam-se vetores de grandes epidemias de doenças no campo e, consequentemente, a perda de produtividade e o aumento do custo da produção.
Primeiro relato em Santa Catarina
O primeiro caso de recebimento deste tipo de embalagem no Estado de Santa Catarina foi registrado em Jaraguá do Sul. A pessoa realizou a compra de um objeto de decoração pela internet e, ao receber a encomenda, recebeu também outro pacote contendo duas embalagens com as sementes clandestinas.
Já ciente desta ação em outros países, o cidadão procurou a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR), que, por sua vez, acionou a Cidasc para realizar o recolhimento das referidas sementes e o encaminhamento das mesmas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Pelo Mundo
Vários países da União Européia e também os Estados Unidos da América já registraram os recebimentos de pacotes de sementes não solicitados provenientes de países asiáticos.
Ainda não há evidências de quando começaram os envios tampouco o volume de encomendas já distribuídas.
Em julho, agricultores dos EUA relataram o recebimento de embalagens de sementes não solicitados vindos da China. “Neste momento não temos informações suficientes para saber se isso é uma farsa, brincadeira, fraude ou ato de bioterrorismo agrícola”, declarou o comissário da Agricultura do estado do Kentucky(EUA), Ryan Quarles.
As autoridades dos EUA dizem que existe a possibilidade de vendedores chineses estarem usando dados e endereços de consumidores americanos que efetuam compras pela internet para fazer vendas falsas, e assim, aumentar a classificação positiva dos seus produtos em sites de compra e venda.
O Ministério de Agricultura de Portugal também emitiu um alerta sobre os sérios riscos que essas embalagens com sementes, provenientes de países Asiáticos, podem acarretar do ponto de vista da sanidade vegetal, pela possibilidade de veicularem pragas e doenças ou ainda pelo perigo de se tratarem de espécies nocivas ou invasoras.
Fonte: Cidasc
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