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Movimento Sindical
Federações do Sul discutem os reflexos da pandemia no Movimento Sindical
A videoconferência ocorreu na manhã desta quarta-feira (3) e as Federações elaboraram uma nota oficial em conjunto

Os representantes das três Federações do Sul do país, que compõem a Regional Sul, discutiram, na manhã desta quarta-feira (3), sobre os reflexos da pandemia do coronavírus no Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).

Por meio de uma videoconferência, a Fetaesc, a Fetag-RS e a Fetaep também dialogaram sobre a estrutura do Movimento Sindical diante do atual cenário econômico e político que o país enfrenta e como será a atuação das entidades sindicais perante as futuras consequências.

Segundo o presidente da Fetaesc, José Walter Dresch, a preocupação das Federações não é apenas por conta da pandemia, mas também devido à crise que afeta o Movimento Sindical. “Estamos vivendo um dos momentos mais difíceis dos últimos tempos. Temos um Governo Federal que não consegue encaminhar nada e até agora não criou nenhuma medida para atender à demanda do crédito emergencial; ele anuncia, mas não equaliza recursos. É um Governo que não se importa com a economia brasileira, muito menos com a Agricultura Familiar”, lamenta Dresch.

Durante a reunião virtual, as lideranças sindicais abordaram também o recadastramento do convênio dos aposentados; a cobrança da Contribuição Sindical e a implementação, mesmo não sendo obrigatória; a campanha de sindicalização dos agricultores, aproximando a base, lutando pelos direitos e benefícios das famílias agricultoras e fortalecendo a estrutura sindical.

As taxas de juros do novo Plano Safra 2020/2021 também foram pauta do encontro da Regional Sul. As três Federações afirmam que se as notícias que estão circulando nos meios de comunicação forem confirmadas no lançamento oficial, mais uma vez, a Agricultura Familiar será prejudicada. Diante da preocupação, as Federações elaboraram uma nota em conjunto reforçando a necessidade de diminuir a taxa de juros, valorizando o setor produtivo que é responsável por grande parte da economia do país.

NOTA OFICIAL

JUROS PLANO SAFRA 2020/2021

As três federações que representam legitimamente a agricultura família no Sul do país, Federação dos Trabalhados na Agricultura no RS - FETAG-RS, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina - FETAESC e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná - FETAEP vêm a público demostrar preocupação com as últimas informações em nível nacional sobre as possíveis taxas de juros que serão anunciadas no Plano Safra 2020/2021.

Ainda no campo da especulação, fontes do governo federal sugerem taxa de juros para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em torno de 3% a 4% ao ano. Para os produtores de porte médio, a taxa seria de 5,25% e para os demais produtores o Plano Safra traria taxa anual de 6,5%.

Para o Coordenador da Região Sul da CONTAG e presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, “se o governo anunciar taxas de juros neste patamar, estarão enterrando a agricultura familiar. É inaceitável que as taxa de juros para financiamentos sejam maiores que a Selic. Desta forma o setor não suportará. Uma variável aceitável seria em torno de 1 a 2% para o Pronaf e os demais produtores, no máximo a taxa Selic”, afirma.

Segundo os dirigentes, para efeitos do Plano Safra, o governo federal precisa reconhecer a agricultura e pecuária familiar como produtora de alimentos e um setor essencial e indispensável para retomada da economia do país. Em tempos de pandemia, com efeitos colaterais na economia, na geração de emprego e renda, qualquer taxa de juros desalinhada com a condição econômica do país pode comprometer, ou o que é pior, tirar da atividade milhares de agricultores familiares.

AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL (*)

3,9 milhões dos 5 milhões de estabelecimentos agrícolas do país são familiares.

10,1 milhões das 15,1 milhões de pessoas ocupadas estão na agricultura familiar.

AGRICULTURA FAMLIAR NA REGIÃO SUL – RS, SC, PR

664 mil dos 853 mil estabelecimentos agrícolas do Sul são familiares.

1,6 milhão das 2,3 milhões de pessoas ocupadas estão na agricultura familiar.

(*) Fonte: Censo Agropecuário 2017. Elaboração: Fetaep.

FETAG-RS – FETAESC - FETAEP

Publicado em: 04/06/2020 Por: Viviana Ramos
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