Foto: Reprodução
Especialistas das áreas de empreendedorismo, direito, segurança, gênero, saúde e a participação da mulher no movimento sindical estiveram reunidas, nesta terça-feira 30, na Roda de conversa: Mulheres em ação. Histórias que transformam. O evento, realizado de forma virtual, foi promovido pela Secretaria de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) no Facebook.
O presidente da Fetaesc, José Walter Dresch, destacou a expectativa para a realização dessa roda de conversa e ressaltou luta da Federação por paridade de gênero.
“É um momento incrível. Estamos com a expectativa elevada de que os temas abordados nesta roda de conversa cheguem, de fato, no maior número de mulheres possível. A luta pelos direitos das mulheres fazem da nossa bandeira do movimento sindical. Inclusive, no nosso novo estatuto é obrigatório que mulheres ocupem 50% dos cargos diretivos e conselhos dentro da instituição”, aponta Dresch
Na abertura, a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Fetaesc, Ana Martinenghi, destacou uma frase de Madre Teresa de Calcutá: Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.
“Com essa frase iniciamos nossa roda de conversa em homenagem as nossas mulheres, as nossas agricultoras familiares e a todas as mulheres que podemos alcançar com nossas ações. E foi com esse objetivo que conversamos com cinco mulheres extraordinárias, que dividiram suas sabedorias, histórias de vida e conhecimento, trazendo de forma simples e de fácil compreensão os temas que estão diretamente relacionados ao dia a dia das mulheres, homens e da família. Finalizamos a campanha do mês de março com a sensação de tarefa concluída, de conseguirmos alcançar mais e mais mulheres e levar até elas que o lugar das mulheres é onde elas quiserem”, afirma Ana.
Confira o que disseram as especialistas:
Morgani Guzzo - Jornalista no Portal Catarinas e pesquisadora no Laboratório de Estudos de Gênero e História da Universidade Federal de Santa Catarina (LEGH/UFSC)
A luta das mulheres pela visibilidade, maior acesso aos direitos e o papel social que as mulheres ocupam ainda hoje, papéis com marcador de gênero, como o papel da cuidadora, da mãe, e infelizmente isso faz com que algumas estruturas sociais não estejam acessíveis para as mulheres ao longo dos últimos anos.
Essas estruturas sociais são denominadas de gênero, e esses papéis, geralmente ainda levam a uma submissão das mulheres, a opressão, a desigualdade de acesso aos direitos. As mulheres merecem acesso aos espaços de decisão, para termos quem nos represente, fale por nós mulheres.
Patrícia Zimmermann D'Ávila - Delegada, coordenadora das delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMIs)
É preciso discutir gênero no âmbito familiar, pois discutindo gênero você ensina o respeito entre as pessoas, ensina a respeitar as diferenças. Quando se fala em violência doméstica familiar, é algo que ocorre no seio da família, e é muito recente o acesso das mulheres aos direitos básicos, como um CPF.
Precisamos trazer as mulheres para a visibilidade. Os dados de feminicídio na área rural são relativamente altos, e muitas vezes motivados por disputas financeiras. Precisamos empoderar nossas mulheres, dar condições emocionais para que consigam superar a questão da violência.
Rosaura de Oliveira Rodrigues - Médica do Sistema Único de Saúde (SUS), conselheira do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres (Cedim)
É imprescindível valorizarmos nossa constituição de 1988, que foi uma conquista, de luta, de organização do nosso povo brasileiro. Art.196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Precisamos entender que saúde é muito mais do que não estar doente, saúde é viver com bem-estar e plenitude.
Telma Tatiana Koene - Nutricionista, coordenadora do programa de Gestão de Negócios e Mercados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
As mulheres, apesar de todo cenário contra, estão conseguindo se reinventar, e aos poucos estão percebendo a necessidade e importância de ter sua autonomia econômica. Tem tido, no meio rural, um crescente aumento das agroindústrias familiares, novos empreendimentos iniciados pelas mulheres.
Segundo uma pesquisa realizado pela Epagri no ano de 2009, 30% das agroindústrias familiares traziam as mulheres como proprietárias, já no ano de 2017 houve um aumento para 36% destes dados. As agroindústrias estão muito relacionadas a valorização da produção das mulheres no seu cotidiano.
Dinaci Stokchinaider - Coordenadora de Mulheres da Microrregião Planalto Norte da Fetaesc
É fundamental termos os homens como aliados, incentivando a participação das mulheres, a autonomia das mulheres. Ainda temos muitas mulheres com poucas informações, mulheres que poderiam estar mais próximas do mercado de trabalho, de serem mais independentes. Realizamos um trabalho de formiguinha, trabalho para levar as informações para essas mulheres, do que precisam para serem mulheres independentes, livres, participativas, só é possível alcançar isso com muita força, coragem e fé.
-
MulheresPrimeira rodada de negociação fecha sem acordo para preço do tabaco
-
MulheresNota Fiscal Eletrônica: Produtores ganham mais tempo para se adaptar; obrigatoriedade só em 2025
-
MulheresFetaesc participa de rodada de Assembleias
-
MulheresConheça as vantagens e benefícios dos Convênios Fetaesc Mais