A Câmara dos Deputados rendeu solenemente, nesta terça-feira (11), homenagem aos 20 anos da Marcha das Margaridas, a maior ação de luta e resistência de mulheres do campo, da floresta e das águas do Brasil e da América Latina. A Marcha das Margaridas é realizada pela CONTAG, Federações e Sindicatos filiados, com o apoio de várias organizações.
Após agradecer em nome da CONTAG e das mulheres do campo, da floresta e das águas, às deputadas Érika Kokay e Maria do Rosário e o deputado Vilson da FETAEMG, pela proposta do Ato Solene na Câmara em homenagem aos 20 anos da Marcha das Margaridas, a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora Geral da Marcha das Margaridas 2019, Mazé Morais, destacou que: “Nesses 20 anos, a Marcha das Margaridas vem anunciando as bases de um desenvolvimento sustentável que, a partir de relações justas e igualitárias, pautadas nos valores da ética, solidariedade, reciprocidade, e respeito à natureza, tem como um dos pilares a produção de alimentos saudáveis. Portanto, as mulheres do campo, da floresta e das águas, seguem em marcha em defesa dos seus territórios e do Estado democrático de direito, denunciando a violência que estão sofrendo, o aumento das desigualdades sociais e as violações de direitos. Isso requer luta e resistência!”, pontuou a representante da CONTAG.
O nome Marcha das “Margaridas”, é inspirado na história de Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, assassinada no dia 12 de agosto de 1983, porque denunciava abusos e desrespeito aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais.
“Margarida Alves é símbolo porque num período extremamente difícil da vida brasileira, diante dos anos de chumbo do período militar, ela enquanto mulher, no interior do Brasil, assumiu a presidência de um Sindicato Rural, e organizou milhares de trabalhadores e trabalhadoras para lutarem por seus direitos. Margarida é semente que produziu milhares de Margaridas que trazem à Brasília a força das mulheres brasileiras na luta por justiça, trabalho e pela dignidade humana”, lembrou a deputa federal Maria do Rosário (PT/RS).
A primeira edição da Marcha das Margaridas, em 2000, reuniu cerca de 20 mil agricultoras, quilombolas, indígenas, pescadoras e extrativistas de todo o Brasil. A Marcha se repetiu nos anos de 2003, 2007, 2011, 2015, e 2019. A 6ª edição, realizada em agosto de 2019, reuniu mais de 100 mil Margaridas na capital federal.
“A Marcha das Margaridas começa a ser organizada em todos os cantos desse país. As mulheres do campo, da floresta e das águas se reúnem, fazem a rifa pra poder vir à Brasília e mostrar que elas querem o bem viver, pontuado em uma Plataforma que traz o grito de liberdade delas. Desde a primeira Marcha das Margaridas, eu fiquei ciente de que iríamos caminhar numa proposta de transformação do nosso Brasil”, destacou a deputada federal Eryka Kokay (PT/DF).
A participação política das mulheres, uma das pautas defendidas na Marcha, foi lembrada pelo deputado orgânico do Sistema CONTAG (CONTAG, Federações e Sindicatos), Vilson da FETAEMG. “Aproveito este momento de homenagem aos 20 anos da Marcha das Margaridas para pedir à sociedade que apoie as companheiras mulheres que estão colocando seus nomes como pré-candidatas nas eleições municipais de 2020. Só com uma base melhor, conseguiremos em 2022 ter um Congresso mais justo. Aproveito também para agradecer aos partidos que nos ajudaram a manter a aposentadoria das trabalhadoras rurais, aos 55 anos de idade, na reforma da previdência”, pontuou.
O Ato solene teve a participação e fala da secretária de Mulheres da FETAEMG e coordenadora da CONTAG na Regional Sudeste, Alaídes Bagetto, da secretária Geral da CUT/Nacional, Carmen Foro, da vice-presidente da CTB/Nacional Katia Gaivoto, Sônia Coelho (Soninha), da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Verônica Santana, do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR/NE), das deputadas federais, Alice Portugal, Benedita da Silva, professora Dorinha, Perpétua de Almeida, Rejane Dias, dentre outras representações do parlamento e de entidades que lutam pelas mulheres do campo brasileiro.
Fonte: Contag
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