Foto: Epagri/Divulgação
Um estudo publicado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri mostra uma evolução das agroindústrias familiares catarinenses. As agroindústrias familiares catarinenses têm sido usadas cada vez mais com uma estratégia importante para ampliação da renda e permanência das famílias no meio rural.
A produção de massa e panificação, aipim, frutas e derivados como geleias, sucos e compotas, foram as cadeias produtivas que tiveram maior número de novos empreendimentos abertos no período entre 2010 e 2017.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), José Walter Dresch, destaca que o Estado tem uma geografia que beneficia o plantio o ano inteiro, dos mais variados produtos, mas é preciso voltar os olhos também para o conhecimento.
“O clima e o solo são ricos em Santa Catarina, mas é necessário que o agricultor esteja preparado e evolua cada vez mais, com novas técnicas e métodos para otimizar a sua produção. Trabalhamos há anos, em parceria com o Senar e com a Epagri, desenvolvendo uma série de ações para que os trabalhadores rurais participem de cursos, palestrar e eventos que promovam atividades que agreguem valor na produção das pequenas propriedades resultando no desenvolvimento e aumento da renda familiar”, afirma Dresch.
PARTICIPAÇÃO DA MULHER
O estudo da Epagri mostra também que os novos empreendimentos fundados a partir de 2010 apontam para essa tendência, que vem acompanhada da crescente presença das mulheres como proprietárias, sobretudo nos empreendimentos de processamento de produtos de origem vegetal. Em 2009 o número representava 30,8%, enquanto no grupo das agroindústrias criadas a partir de 2010 elas representavam 43,9% da participação como proprietárias ou sócias.
De acordo com os dados apresentados pela Epagri, o destaque fica por conta do aumento da presença das mulheres como proprietárias destes empreendimentos. Para o presidente da Fetaesc, este é um reflexo das conquistas e da luta pela paridade de gênero.
“As mulheres tiveram uma história marcada por uma série de desigualdades e a Fetaesc não tem medido esforços para mudar esse cenário a cada dia. Temos visto cada vez mais mulheres participando ativamente do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e isso é extremamente importante para desenvolvimento não só da agricultura, mas de uma sociedade mais justa e igualitária”, ressalta Dresch.
COMERCIALIZAÇÃO
O valor total bruto comercializado das principais cadeias de produtos apresentou um aumento expressivo de 77,6% no período analisado. Todas as cadeias produtivas tiveram aumento no valor comercializado, embora com percentuais diferentes.
A maior parte do valor comercializado pelas agroindústrias continua ocorrendo através das vendas no município sede do empreendimento e municípios vizinhos. No entanto, em 2016 observou-se um aumento na participação das vendas para outras regiões do Estado e para outros estados da federação.
O ESTUDO
Essas são algumas das conclusões do documento Evolução recente das agroindústrias familiares em Santa Catarina: Análise a partir dos levantamentos realizados pela Epagri em 2010 e 2017, publicado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). No estudo, os empreendimentos foram divididos em três grupos: 515 que iniciaram as atividades até o final de 2009 e continuaram ativos em 2016; 418 ativos em 2009 e que encerraram suas atividades entre 2010 e 2016; e 578 empreendimentos que iniciaram suas atividades após 2009 e estavam ativos em 2016.