As mulheres agricultoras de Santa Catarina participaram da 6ª Marcha das Margaridas, em 2019, em Brasília. Foto: Fetaesc
No mês de agosto, a Lei Maria da Penha completa 15 anos. Lembrada como um grande marco no combate à violência de gênero, a lei busca dar um tratamento mais rígido a esse problema, acolher vítimas e promover a educação da sociedade. Por isso, a data em que a Lei Maria da Penha foi sancionada deu origem ao Agosto Lilás, um mês de campanha pelo fim da violência contra a mulher.
Além disso, a iniciativa busca conscientizar a sociedade por meio de uma campanha de prevenção à violência doméstica que aborda o tema como um problema mais amplo do que simplesmente uma questão de segurança pública. O objetivo é debater a raiz do problema, chamando a atenção da sociedade para a necessidade de estruturar ações que previnam a violência contra a mulher.
Com a pandemia da covid-19, a violência contra as mulheres se tornou uma questão ainda mais preocupante. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública encomendou uma pesquisa ao Instituto Datafolha sobre o tema. O instituto ouviu 2.079 mulheres acima de 16 anos entre os dias 10 e 14 de maio deste ano, em 130 cidades brasileiras.
Uma em cada quatro entrevistadas informou ter sofrido algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Esse número representa um universo de aproximadamente 17 milhões de mulheres vítimas de violência física, psicológica ou sexual no último ano e acende o alerta não só para as organizações de Estado que formam a rede de apoio, mas para toda a sociedade.
No meio rural não é diferente. As mulheres agricultoras sofrem preconceito, abuso e também são vítimas de violência doméstica. Para conscientizar as famílias que vivem no campo e alertá-las sobre o combate e prevenção da violência contra as mulheres, a Contag traz o debate por meio da Roda de Conversa “Margarida Alves, presente! Mulheres e Juventude na luta pela reforma agrária e contra a violência no campo”, que será transmitida nesta quinta-feira (12), às 15h, pelo Facebook, Youtube e Portal da Confederação.
Na sexta-feira (13), às 15h, as Margaridas vão participar da audiência interativa “O combate à violência contra a mulher no campo”, debate organizado conjuntamente pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e pela Secretaria da Mulher.
A secretária de Mulheres da Fetaesc, Ana Martinenghi, lembra que Margarida Maria Alves deixou uma semente plantada e dela brotou a luta das mulheres agricultoras por uma vida livre, justa e sem violência. “O mês de agosto tem um significado importantíssimo para as mulheres. É o mês de intensificar o debate contra todos os tipos de violência, levando informação, conhecimento e esperança de justiça a todas as mulheres que já sofreram e ainda sofrem com a violência, o desrespeito e a invisibilidade”, salienta Ana Martinenghi.
O mês de agosto também é marcado pela luta de Margarida Maria Alves, líder sindical paraibana, de Alagoa Grande, que foi brutalmente assassinada, em 12 de agosto de 1983, na porta de casa, por lutar pelos direitos da classe trabalhadora rural.
Este ano, devido à pandemia da Covid-19, as Margaridas não vão às ruas, mas devem beber na fonte do legado da sindicalista para, além de celebrar os 15 anos da Lei Maria da Penha, cobrar a sua efetivação no campo, a inserção da agricultura familiar na agenda de políticas públicas contra à fome e à agroecologia.
Se você sofre violência doméstica ou conhece alguma mulher que sofre: denuncie 180.
Fonte: MPSC
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