O presidente da Fetaesc, José Walter Dresch, recebeu, na noite desta terça-feira (9), o Título de Cidadão Santoamarense durante a Sessão Solene em comemoração ao aniversário de Santo Amaro da Imperatriz, que celebra 61 anos nesta quarta-feira (10). A cerimônia ocorreu no Salão Frei Fidêncio, na Igreja Matriz, no Centro de Santo Amaro.
A homenagem foi indicação do prefeito de Santo Amaro da Imperatriz, Edésio Justen, por meio da lei 2.746, de 26 de junho de 2019, aprovada por todos os vereadores do município. Durante a solenidade, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Amaro da Imperatriz, Edson Ricardo Rachadel, também foi homenageado com a Medalha Imperatriz Teresa Cristina
Na ocasião, o presidente Dresch lembrou que a primeira reunião de trabalho em Santa Catarina ocorreu em Santo Amaro, onde ele iniciou as atividades no Estado. "Foi aqui em Santo Amaro que iniciamos as discussões da energia elétrica no meio rural, por exemplo, que hoje é lei no Estado. Estou extremamente feliz e grato pela indicação do prefeito e pela homenagem do município que me acolheu. Muito obrigado", agradece José Walter Dresch.
Ao longo dos 43 anos de caminhada no Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), José Walter Dresch, de 62 anos, percorreu por todos os municípios de Santa Catarina, mas, há 12 anos, optou por morar em Santo Amaro da Imperatriz. Atualmente, o dirigente sindical reside no bairro Sul do Rio.
Nascido em Roca Sales, no Rio Grande do Sul, Dresch chegou a São Miguel do Oeste ainda criança, onde viveu a infância com sua família e descobriu a grande paixão pelo Movimento Sindical.
Com o número 4.070, Dresch é sócio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Miguel do Oeste desde julho de 1976, quando iniciou a trajetória em diversas organizações como líder comunitário, dirigente sindical, conselheiro fiscal, secretário de formação, secretário geral, tesoureiro, vice-presidente e presidente.
José Walter reunia grupos de agricultores e fazia formação de base de manhã, à tarde e à noite, durante o mês inteiro e o ano inteiro. Essa foi a primeira ação dentro do movimento sindical. No entanto, o que realmente marcou a trajetória de Dresch foi a atuação no Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).
Dresch contribuiu com mobilizações, lutas e fechamentos de rodovias como forma de reivindicar os direitos das famílias agricultoras, entre eles a aposentadoria rural. O dirigente sindical lutou e reivindicou por políticas públicas, saúde, educação, crédito e preço por meio de cooperativas de produção na região do Extremo Oeste e, mais tarde, cooperativas de crédito no Litoral. Sendo que a primeira cooperativa constituída por meio do trabalho do Movimento Sindical foi a cooperativa de Águas Mornas, que ele ajudou a criar e a construir.
José Walter Dresch participou da implementação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), quando colocaram um Peru com um lenço vermelho no pescoço na mesa do Ministro, em Brasília, o que custou caro. Foram portas quebradas, prejuízos financeiros e algumas bordoadas na cabeça.
“Fiz inimigos, briguei e lutei pelos direitos dos agricultores e também pelos preços de produtos e crédito para investimento na agricultura, mas tudo valeu a pena. A minha vida sindical me leva a uma grande reflexão e se eu tivesse que fazer tudo novamente, assim o faria, porém de outra forma”, conta Dresch.
Desde 2000, Dresch está na Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), onde passou por todos os cargos da diretoria após disputas acirradas e, em 2020, completa o segundo mandato como presidente da entidade, que representa as 164 mil famílias agricultoras de Santa Catarina, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às mesas da população todos os dias.
Nesse meio período, Walter também coordenou duas vezes a Regional Sul da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e, atualmente, faz parte da direção da Contag, na Suplência da Política Agrícola.
Walter vem de uma família de pequenos agricultores e sempre teve o espírito de liderança, quando foi o presidente de grupo de jovem mais novo da história. Na época, se filiou ao sindicato pela segurança, pensando nos benefícios para a saúde, mas percebeu que era muito pouco e sentiu a necessidade de contribuir com o Movimento.
O presidente da Fetaesc afirma que é muito grato ao movimento sindical pelas amizades que fez ao longo das quatro décadas e por poder representar o Sindicato e a Federação. “Eu posso sair do movimento sindical, mas o Movimento Sindical nunca vai sair do Walter. E é por isso que me dá vontade de continuar a luta, até que um dia eu possa terminar a vida em uma propriedade rural, assim como a comecei”, finaliza Walter Dresch.
Matéria: Viviana Ramos/Fetaesc