A Comissão de Representação dos Produtores de Tabaco chegou a um acordo e assinou o protocolo com duas empresas fumageiras durante a terceira rodada de negociação do preço do tabaco para a safra 2018/2019, na manhã desta quinta-feira (7), na sede da Farsul, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A assinatura ocorreu com a JTI e com a Souza Cruz.
Com a JTI, a Comissão assinou o protocolo com um reajuste médio de 4,5%. No protocolo, ficou acordado que a tabela de preços da safra 2018/2019 servirá de base para o início da negociação de preços para a safra 2019/2020.
A Souza Cruz, que na reunião de janeiro havia ofertado um reajuste de 3,08%, aumentou a oferta para 3,5%. A Comissão assinou o protocolo com a empresa, mantendo a cláusula de que também será a base para o início de negociação para a próxima safra.
O vice-presidente da Fetaesc, Adriano da Cunha, participou das três rodadas de negociação do preço do tabaco e salienta que foi um dos anos mais difíceis de negociar e chegar às porcentagens que atendam as necessidades dos produtores. “O nosso papel é garantir que o agricultor possa ganhar mais pelo produto que produziu durante a safra e, o acordo firmado nesta terceira rodada, garante mais renda aos produtores de tabaco”, afirma Adriano da Cunha.
Com a Philip Morris, a Comissão não firmou acordo por diferenças no cálculo do custo da mão de obra do produtor de tabaco e no percentual de aumento proposto, que ficou muito abaixo da lucratividade necessária para o produtor. A diferença no valor da mão de obra voltará a ser discutida em reunião do Fórum Nacional de Integração do Tabaco (Foniagro), aprovado de acordo com a Lei 13.288/2016 (Lei da Integração).
A Comissão de Representação dos Produtores de Tabaco é formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federações dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) e Federações dos Sindicatos Rurais (Farsul, Faesc e Faep). Das sete entidades, a Fetag-RS foi contrária às assinaturas, pois discorda dos reajustes propostos pelas empresas.
Rodadas de negociação
A primeira rodada de negociação do preço do tabaco para a safra 2018/2019 ocorreu nos dias 5 e 6 de dezembro, na sede da Fetaesc, em São José, Santa Catarina. Na ocasião, não houve acordo entre as partes, pois as propostas de reajuste no preço foram menores do que as entidades entendem como necessário para uma lucratividade satisfatória para o produtor.
A segunda rodada de negociação ocorreu nos dias 16 e 17 de janeiro, na sede da Fetag, em Porto Alegre, e resultou na suspensão das negociações. A decisão foi tomada pelas entidades porque as propostas apresentadas pelas empresas ficaram abaixo da variação do custo de produção apurado tanto pelas empresas como pelas entidades para cada empresa, com exceção de duas empresas. Uma delas apresentou proposta de reajuste com percentual acima da variação do custo de produção, mas um reajuste não linear e a outra apresentou proposta de reajuste acima do custo de produção próprio, porém, abaixo do custo apurado pelas entidades.
Matéria: Viviana Ramos/Fetaesc