O agricultor de Urupema, Jackson Oliveira Sá, de 38 anos, assinou, na última segunda-feira (30), a escritura de um terreno de 16.7 hectares, conquistado por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), que incentiva trabalhadores rurais a investirem em produções agrícolas, desenvolvendo a agricultura familiar de Santa Catarina.
O beneficiário Jackson e a esposa Veridiana Martins Macedo de Oliveira Sá financiaram R$ 87,5 mil para investir na produção de batata e milho na localidade de Bossoroca, em Urupema.
O agricultor ressaltou que está muito feliz em participar do Programa Nacional de Crédito Fundiário e agradeceu o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Urupema e demais entidades que auxiliam no processo burocrático. “A minha ideia é trabalhar na terra para poder pagar os compromissos. Além de plantar batata e milho, quero fazer um pasto para criar gados para dar conta das prestações”, contou Jackson, que é filho e neto de agricultores.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) capacitou aproximadamente 1,5 mil agricultores catarinenses, este ano, para deixa-los aptos a participarem do PNCF. A capacitação gera um certificado, que é um pré-requisito para encaminhar a proposta ao Programa, junto com a documentação necessária.
Segundo o presidente da Microrregião Serrana, Sebastião Amaral, o Crédito Fundiário é uma conquista muito valiosa. “O nosso objetivo é dar oportunidade aos agricultores de adquirir a primeira terra para que eles permaneçam no campo”, explicou.
Sebastião destacou ainda que a demanda da Serra Catarinense é muito grande por abranger 13 sindicatos. “Participamos da capacitação da Fetaesc, mas vamos reunir, no dia 9 de agosto, os integrantes da Microrregião com a Epagri para discutir e alinhar as propostas que serão encaminhadas ao Programa”, complementou o presidente da Microrregião Serrana.
Durante as capacitações foram abordadas as regras, direitos e deveres que os agricultores têm ao aderir ao financiamento. Por exemplo, políticas públicas existentes que podem ser utilizadas após a compra; administração da pequena propriedade com foco em resultados; sucessão familiar; associativismo e cooperativismo para fortalecer a agricultura familiar catarinense.
O crédito Fundiário passou por algumas mudanças positivas devido a uma reivindicação do Movimento Sindical a nível nacional. O valor para financiar era muito baixo, mas desde o dia 14 de maio, os contratos aumentaram para R$ 140 mil.
Entenda o Crédito Fundiário
Os agricultores que têm renda até R$ 40 mil e um patrimônio até R$ 80 mil podem financiar até R$ 140 mil com juros de 2,5% ao ano e com carência de 36 meses para começar a pagar o financiamento.
Uma das novidades deste ano é o Crédito Fundiário Empreendedor, que possibilita aos trabalhadores rurais mais consolidados, com renda mais alta e um patrimônio maior, acessar ao Programa. Neste caso, o agricultor precisa ter renda até R$ 216 mil por ano e um patrimônio até R$ 500 mil, sendo que a taxa de juros é maior, 5,5%, não tem prazo de carência para iniciar o pagamento e o teto de financiamento também é de R$ 140 mil.
Os agricultores interessados em acessar ao Crédito Fundiário, que ainda não puderam participar da capacitação, devem procurar o Sindicato dos Trabalhadores (as) e Agricultores (as) Rurais da região para obter mais informações.
Assista à entrevista do agricultor de Urupema:
Texto: Viviana Ramos/Fetaesc