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Falta de milho em Santa Catarina preocupa a Fetaesc
O Estado Catarinense é responsável por aproximadamente 3,2 milhões de toneladas
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) está preocupada com a falta de milho em Santa Catarina. A produção desta safra não é suficiente para suprir a demanda do Estado. Segundo a Cepa/Epagri, Santa Catarina é responsável por uma produção de aproximadamente 3,2 milhões de toneladas e, ainda assim, é o estado brasileiro que mais compra milho.
A cadeia produtiva de carne e leite estima que há necessidade de comprar a mesma quantidade de outras regiões produtoras para suprir a demanda catarinense. A disputa pelo milho no Estado ocorre devido ao destaque de Santa Catarina na produção de carne e leite. Cerca de 6 milhões de toneladas são consumidas por ano, o que representa o dobro da produção.
O assessor de Política Agrícola da Fetaesc, Irineu Berezanski, ressalta que o déficit de milho em Santa Catarina vem sendo observado desde 2000 e a cada ano ocorre o mesmo problema. “Este ano, o problema se agravou devido à estiagem que causou perda de 50% da produção do pampa Argentino, país que poderia ser fornecedor do cereal em Santa Catarina”, explica Irineu Berezanski.
O ocorrido elevou o preço do milho. Atualmente, 60 quilos custam em média R$ 40, enquanto na época do plantio, o produtor vendia os mesmos 60 quilos por R$ 26. Os valores beneficiam os produtores de milho, mas assustam os produtores de carne e leite, que usam ração com 75% do grão para tratar os animais.
A Fetaesc acredita que para equilibrar a gangorra do preço é preciso desenvolver uma estratégia de produção e estoque regulador que seja entendido por todos os envolvidos na cadeia produtiva de carne e cereais, em conjunto com o Governo do Estado.
Ao longo dos últimos anos se ouvem propostas de trazer o cereal do centro oeste brasileiro, importação do Paraguai, programas de incentivo para o plantio e melhorias de produtividade, mas não se concretizam.
A Federação está ciente de que não é mais possível aceitar a situação existente, afinal Santa Catarina tem uma das cadeias produtivas mais organizadas do Brasil, com melhor produtividade e produtores com altos índices de investimento em tecnologia.
Para o presidente da Fetaesc, Walter Dresch, o produtor precisa obter, no mínimo, um resultado financeiro que cubra os custos de produção e investimentos que são exigidos para se manter no mercado. “O produtor é quem mais sofre com oscilação do preço do milho, por isso precisamos do apoio e parceria dos governantes para que novas políticas públicas sejam criadas para beneficiar quem planta, cultiva e colhe o alimento, que está na mesa dos brasileiros todos os dias”, lembra Walter Dresch.
Publicado em: 05/04/2018 Por:
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