A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) está realizando a capacitação do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) nesta terça-feira (27) e quarta-feira (28), na Câmara de Vereadores de Ituporanga, Região da Cebola.

Durante a capacitação são abordadas as regras, direitos e deveres que os agricultores têm ao aderir ao financiamento. Por exemplo, políticas públicas existentes que podem ser utilizadas após a compra; administração da pequena propriedade com foco em resultados; sucessão familiar; associativismo e cooperativismo para fortalecer a agricultura familiar.

 

Mais de 100 pessoas estão participando do curso para aprenderem como funciona o processo do crédito, que proporciona aos agricultores catarinenses uma nova oportunidade de investir em produções agrícolas, desenvolvendo a agricultura do Estado. A capacitação gera um certificado, que é um pré-requisito para encaminhar a proposta ao Programa, junto com a documentação necessária, a partir de 2 de abril.

 

O coordenador de Jovens da Fetaesc, Adriano Gelsleuchter, destaca a grande participação de jovens, que somam mais de 70% do público com menos de 30 anos. “Esse percentual demonstra o interesse do jovem de permanecer na propriedade rural e investir na produção agrícola, fortalecendo a agricultura familiar”, afirma Adriano Gelsleuchter. 

 

O coordenador ressalta ainda que o Programa passou por algumas mudanças positivas devido à reivindicação no Movimento Sindical a nível nacional. “Entendíamos que o valor para financiar era muito baixo, mas conseguimos avançar para que os contratos aumentassem para R$ 140 mil”, explica Adriano.

Os agricultores que têm renda até R$ 40 mil e um patrimônio até R$ 80 mil podem pegar até R$ 140 mil com juros de 2,5% ao ano e com carência de 3 anos para começar a pagar o financiamento.

Uma das novidades deste ano é o Crédito Fundiário Empreendedor, que possibilita aos trabalhadores rurais mais consolidados, com renda mais alta e um patrimônio maior, acessar ao Programa. Neste caso, o agricultor precisa ter renda até R$ 218 mil por ano e um patrimônio até R$ 500 mil, sendo que a taxa de juros é maior, 5,5%, e não tem prazo de carência para iniciar o pagamento.

Na ocasião, o coordenador da Unidade Técnica Estadual (UTE/SC) e diretor de Políticas para Agricultura Familiar e da Pesca, Hilário Gottselig, abordou a Regularização Fundiária em Santa Catarina e apresentou dados e números de produções e famílias beneficiadas com o crédito. “Embora não tenhamos a melhor estrutura, temos os maiores e melhores contratos do Crédito Fundiário do país”, assinala Hilário Gottselig.

Durante a capacitação do PNCF, o delegado federal do Desenvolvimento Agrário em Santa Catarina (DFDA/SC), Rafael da Silva Larangeira, explicou aos participantes como ter acesso ao Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf), que é totalmente gratuito e tem validade de cinco anos. “Precisamos dar visibilidade e valorizar a produção das famílias agricultoras de Santa Catarina. Eu acredito no Brasil e acredito em vocês para que juntos possamos melhorar a agricultura familiar de Santa Catarina”, salienta o delegado.

Representando a Gerência Regional de Rio do Sul, o engenheiro agrônomo Julio Cesar Melim explicou o papel da Epagri na assistência durante o Programa Nacional e apresentou os potenciais produtos para o Alto Vale do Itajaí. “Estudem, busquem informações técnicas e econômicas e façam capacitações para que vocês tenham certeza do investimento, afinal é um projeto de vida”, alerta Julio Cesar Melim.

Os agricultores interessados em acessar ao Crédito Fundiário, que não puderam participar da capacitação, devem procurar o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da região para obter mais informações.  

Texto e fotos: Viviana Ramos/Fetaesc